31 outubro, 2011

Amy Winehouse - Wake up alone


"Got so sick of crying
So just lately
When I catch myself I do a 180
I stay up clean the house
At least I'm not drinking
Run around just so I don't have to think about thinking"


Boa, Amy.
Conseguiu fazer uma música que é a minha cara.

10 agosto, 2011

Interrompendo as buscas

-It's a lie. It's a bunch of sad strangers photographed beautifully, and... all the glittering assholes who appreciate art say it's beautiful 'cause that's what they wanna see. But the people in the photos are sad, and alone... But the pictures make the world seem beautiful, so... the exhibition is reassuring which makes it a lie, and everyone loves a big fat lie.

"ASSISTINDO AO ÓTIMO 'CLOSER - Perto demais', me veio à lembrança um poema chamado 'Salvação', de Nei Duclós, que tem um verso bonito que diz: 'Nenhuma pessoa é lugar de repouso'. Volta e meia este verso me persegue, e ele caiu como uma luva para a história que eu acompanhava dentro do cinema, em que quatro pessoas relacionam-se entre si e nunca se dão por satisfeitas, seguindo sempre em busca de algo que não sabem exatamente o que é. Não há interação com outros personagens ou com as questões banais da vida. É uma egotrip que não permite avanço, que não encontra uma saída - o que é irônico, pois o maior medo dos quatro é justamente a paralisia, precisam estar sempre em movimento. Eles certamente assinariam embaixo: nenhuma pessoa é lugar de repouso.

"Apesar dos diálogos divertidos, é um filme triste. Seco. Uma mirada microscópica sobre o que o terceiro milênio tem a nos oferecer: um amplo leque de opções sexuais e descompromisso total com a eternidade - nada foi feito pra durar. Quem não estiver feliz, é só fazer a mala e bater a porta. Relações mais honestas, mais práticas e mais excitantes. Deveria parecer o paraíso, mas o fato é que saímos do cinema com um gosto amargo na boca.

"Com o tempo, nos tornamos pessoas maduras, aprendemos a lidar com as nossas perdas e já não temos tantas ilusões. Sabemos que não iremos encontrar uma pessoa que, sozinha, conseguirá corresponder 100% a todas as nossas expectativas sexuais, afetivas e intelectuais. Os que não se conformam com isso adotam o rodízio e aproveitam a vida. Que bom, que maravilha, então deveriam sofrer menos, não? O problema é que ninguém é tão maduro a ponto de abrir mão do que lhe restou de inocência. Ainda dói trocar o romantismo pelo ceticismo, ainda guardamos resquícios dos contos de fada. Mesmo a vida lá fora flertando descaradamente conosco, nos seduzindo com propostas tipo 'leve dois, pague um, também nos parece tentadora a idéia de contrariar o verso de Duclós e encontrar alguém que acalme nossa histeria e nos faça interromper as buscas.

"Não há nada de errado em curtir a mansidão de um relacionamento que já não é apaixonante, mas que oferece em troca a benção da intimidade e do silêncio compartilhado, sem ninguém mais precisar se preocupar em mentir ou dizer a verdade. Quando se está há muitos anos com a mesma pessoa, há grande chance de ela conhecer bem você, já não é preciso ficar explicando a todo instante suas contradições, seus motivos, seus desejos. Economiza-se muito em palavras, os gestos falam por si. Quer coisa melhor do que poder ficar quieto ao lado de alguém, sem que nenhum dos dois se atrapalhe com isso?

"Longas relações conseguem atravessar a fronteira do estranhamento, um vira pátria do outro. Amizade com sexo também é um jeito legítimo de se relacionar, mesmo não sendo bem encarado pelos caçadores de emoções. Não é pela ansiedade que se mede a grandeza de um sentimento. Sentar, ambos, de frente pra lua, havendo lua, ou de frente pra chuva, havendo chuva, e juntos fazerem um brinde com as taças, contenham elas vinho ou café, a isso chama-se trégua. Uma relação calma entre duas pessoas que, sem se preocuparem em ser modernos ou eternos, fizeram um do outro seu lugar de repouso. Preguiça de voltar à ativa? Muitas vezes, é. Mas também, vá saber, pode ser amor".

Martha Medeiros

05 julho, 2011

...

Eu posso estar muitas, muitas coisas neste momento.


Mas com certeza o que mais estou é com um sentimento de frustração.


O que eu falo parece que é misturado ao vento e soa de uma forma completamente diferente.


Não acredito que seja falta de saber me comunicar. Então, qual o problema?


Se não há motivos para haver qualquer problema, porque algum sempre insiste em tentar aparecer?

01 julho, 2011

...

Me sinto tonta.
Me sinto alcolizada, sem ter bebido.
Me sinto com arritmia.
Me sinto cansada.
Me sinto com saudades.

Me sinto mais de umas dezenas de formas, mas me sinto ainda mais com preguiça e sem tempo para descrevê-las.

17 junho, 2011

Muse - Time is Running Out (Live @ Rock in Rio Lisboa 08)



Uma das minhas músicas preferidas de uma das minhas bandas preferidas.
O MUSE é incrível, definitivamente.
E serei sempre grata ao meu irmão que me levou ao show deles, embora o U2 fosse o foco da idéia.
E eles tocaram Time is Running Out - que eu gravei, mas tem mais histeria minha que som bom de se ouvir - pena.
Mas valeu cada segundo. Com letra, sem letra, com voz ou sem voz.

"I think I'm drowning...Asphyxiated"

07 junho, 2011

Let's Dance.

Já era alta madrugada quando Danielle acordou de seu sono leve com as tosses do irmão, cada vez mais fortes e mais desgastantes para o garoto, com seus cinco anos de idade. A dois dias já ele mal falava, de tão ferida que estava a garganta. Ela apostara suas ultimas fichas em um chá e alguns remédios simples, mas nada adiantava: a febre não cessava, a pressão na cabeça e até mesmo garganta e fraqueza. Phillipe mal levantava da cama.

Sentou-se na cama improvisada com um colchão de casal no chão e algumas cobertas para proteger-lhes do frio de cinco graus que fazia lá fora do apartamento antigo e abandonado que ocupavam a algumas semanas. Colocou a mão na testa dele, apenas para atestar o que já sabia: a febre não baixava. Olhou-o ali, semi acordado, e não conseguiu evitar uma expressão triste. Ele era tão novinho para estar passando por aquilo tudo, aquele mundo confuso, aquela doença estranha. Nem seu corpo que se recuperava rápido estava ajudando. Afagou a bochecha quente, depois retirando os cabelos colados da testa.

-Mana... – ele a chamou, sentindo seu toque, abrindo os olhos com dificuldades. E sorriu para ela, mesmo que fraco – Eu vou para onde a mamãe foi?

A pergunta dele foi inocente, mas a fez ficar ainda mais consternada. Danielle havia contado para ele quando o mesmo três anos que a mãe de ambos ficara muito doente, e depois faleceu. E desde então era ela quem cuidava dele, como uma mãe substituta, mesmo sendo só dez anos mais velha que ele. Respirou fundo o ar gelado, negando com a cabeça.

-Não, Phil. Você vai ficar bom. A mana vai cuidar de você, viu? Agora volte a dormir... está tarde.

-Tá – ele apenas respondeu, segurando a mão direita dela e fechando os olhos, tremendo um pouco pelo tempo que esfriava.

Ela esperou até que ele dormisse, sem sequer se mover. Quando ele adormeceu, colocou o ursinho encardido nos braços dele, e o menino o abraçou para o sono, libertando a mão da mesma. Ela se levantou, passando as mãos pelos cabelos, pensativa, andando pelo quarto. Foi até o outro cômodo, sem abrir a janela para não criar uma corrente de ar, e observou a escuridão. Teria de recorrer a Alan novamente. E detestava pensar nisso. Mas detestava mais ainda a idéia de perder o irmão. Não era como se ele dependesse dela. Era ela quem dependia dele. Sem ele, não fazia mais sentido continuar vivendo. Seu pequeno milagre.

E Phillipe valia qualquer preço.


Logo que amanheceu ela enrolou Phill em cobertas, levando-o no colo por 10 quadras andando. Ia procurar alguém, e torcia para que a pessoa estivesse ainda onde a vira a uma semana. Andava com o nascer do sol, que mesmo fraco e encoberto pelo cinza. Andar durante o dia era o jeito mais seguro, sempre pelo meio da rua, e ainda sim sempre com muita atenção. Não eram normais ataques ali, quase se vivia tranqüilo durante o dia – menos quando haviam mercenários da Cidade Alta envolvidos.

- Pen – ela chamou, quando chegou na porta da antiga loja de departamentos, que já fora muito famosa a pelo menos 15 anos atrás. Tinha esperanças que a mulher ainda estivesse ali, para que ela pudesse fazer o que deveria ser feito – Penny. Sou eu, Danielle. Eu preciso da sua ajuda. É o Phil. Ele está doente.

Quem conhecia Danielle, por menos que conhecesse a garota estranha de olhos tão claros, sabia que o que a regia era o irmão, e o instinto de proteção que ela tinha com o mesmo. E se ela pedia ajuda para algo e usava seu nome, com certeza havia algo de sério. Pen saiu de trás de uma porta, olhando com seus olhos de mulher de mais de quarenta anos, inteligente e observadora, a garota com a trouxa que segurava tão protetoramente no colo. E agora que ambas se viam, se moveram.

- O que tem o menino? – perguntou a senhora, aproximando-se e apoiando o cabo de vassoura que segurava no balcão antigo de atendimento da loja, onde Danielle pousava o menino, deitando-o com cuidado.

- Febre alta, dor no corpo...mal consegue falar por causa da garganta ferida..e fraco, não come nada...

-E o que você vai fazer? - perguntou, conferindo a febre, depois erguendo os olhos e encarando os preocupados da garota. E o silencio dizia tudo – Você vai atrás de Alan, novamente – ela falava quase como pesar a comprovação. A velha sabia um pouco de tudo, como se ouvisse tudo. E sabia que o rapaz que citara não era alguém que fazia caridades.

-Já fiz alguns..serviços para ele. Não será difícil.

Mas ela mentia para si mesma. E não esperava que a outra acreditasse nela.

-Olha...você fica com ele, até eu voltar? – perguntou, um pouco impaciente – Eu voltarei o mais rápido que puder. Só consigo pensar nele, para conseguir algum remédio nesse fim de mundo.

A mulher olhou para ela, e após olhar novamente o estado do menino, revirou os olhos.

-Vai. E vai enquanto ainda está claro. Eu cuido do seu irmão – prometeu, pegando o garoto no colo, adormecido demais pelo torpor da febre para ver enquanto a irmã saia, sem olhar para trás, determinada em fazer qualquer coisa para conseguir ajuda ou remédios.

16 maio, 2011

Incubus - Drive

Sometimes I feel the fear
Of uncertainty stinging clear
And I can't help but ask myself how much
I'll let the fear take the wheel and steer

It's driven me before
And it seems to have a vague
Haunting mass appeal
But lately I'm beginning to find that
I should be the one behind the wheel

Whatever tomorrow brings I'll be there
With open arms and open eyes, yeah
Whatever tomorrow brings I'll be there
I'll be there

So if I decide to waiver my chance
To be one of the hive
Will I choose water over wine
And hold my own and drive?

It's driven me before
And it seems to be the way
That everyone else gets around
But lately I'm beginning to find that
When I drive myself my light is found

Whatever tomorrow brings I'll be there
With open arms and open eyes, yeah
Whatever tomorrow brings I'll be there
I'll be there

Would you choose water over wine
Hold the wheel and drive

Whatever tomorrow brings I'll be there
With open arms and open eyes, yeah
Whatever tomorrow brings I'll be there
I'll be there

13 janeiro, 2011

Prologo I

(O texto que se segue abaixo é apenas um esboço de um prólogo, escrito baseado em pensamentos próprios e com algumas referências, como V de Vingança, o livro Parte da Solução e Ultra Violeta, além de outros)

Paz. Palavra tão pequena, mas tão subjetiva que seria estranho descrever - senão impossível - de uma única forma exata e que correspondesse o desejo de milhões de pessoas. Assim como tranqüilidade. Segurança. Felicidade.
Se comparássemos os dias de hoje com o que se lê em livros e registros de 50 anos atrás, ou iríamos rir, ou simplesmente consideraríamos ficção. Pura ficção científica. Afinal, como acreditar que por anos a força policial não era suficiente para manter a ordem pública? Como acreditar que em casos comuns mais de 50% da população vivia abaixo da linha de classe média? Que viviam nas ruas, em barracos, em favelas. Há moradia para todos. Para todos aqueles que podiam ter, e para alguns poucos “testas de ferro” que foram beneficiados com tais “direitos iguais”, que na verdade não passou de propaganda. E estes ainda são os que mais defendem o sistema. Este novo sistema.
Não há mais as grandes mídias. Há a Grande Mídia. Um único veículo de informação que é controlado pelos dominantes no poder, que se encarregam de comunicar e avisar de tudo que acontece, a cuidar da população.
Piada!
Tudo que passa é controlado. Não há liberdade de expressão, não há liberdade de imprensa. Tudo em nome da tal “paz”. Câmeras por várias partes. Controle de natalidade. Regulamentação de vidas. Registros de IF.Todos os cidadãos são obrigados a serem registrados, mas não apenas em Registro Civil ou Carteira de Pessoa Física, que aliás são um mesmo documento. Há um mesmo registro chamado IF, dentro do maior banco de registros de cada país, onde constam todas as informações possíveis e impossíveis sobre todos: nome, nascimentos, pais, irmãos, conjugues, instrução, tipo sanguineo, registro de doenças, registros criminais, antepassados. Tudo. É como se houvesse um batalhão de pessoas para controlar uma única pessoa. Ou, como já houve antes no passado, a sociedade inteira se vigia.
Extremamente desconfortável.
Como se não fosse o suficiente, este IF ainda é registrado na própria pele, para que não haja fraude, falsidade ideológica. Para que eles não percam o controle sobre seu rebanho, acredito eu. Que trágico seria, não? Vontade própria. Realmente, horrível. Quando as mudanças começaram a acontecer, a pouco mais de 50 anos atrás, as pessoas começaram a acreditar que finalmente o governo estava tomando atitudes positivas. A Força Pública estava nas ruas controlando a marginalidade, a violência, contruindo novas moradias, limpando as ruas. Todos aprovaram. Todos – todos aqueles que se incomodavam com a situação não por ser parte dela, mas por assistir a ela. Quem é que não preferiria uma cidade limpa, sem perigo de assaltos, de violência, sem a marginalidade a espreita?
Mas com o tempo isso foi se tornando mais efetivo. Mais vigilância. Mais controle. E quando acreditou-se que finalmente vivia-se uma época de ouro, uma época de paz e tranqüilidade, veio o Baque. Há um nome histórico para o que aconteceu, mas nós chamamos de Baque, que fora dos registros históricos nada mais é do que o extermínio da classe baixa, abafada por uma grande tragédia. Só que não é tão fácil exterminar-nos. Temos tanto direito quanto todo o resto, embora o resto não tenha reconhecimento disso. É mais fácil viver em suas casas confortáveis e respeitar as leis do que contestar.

12 janeiro, 2011

Eu quero escrever, mas não quero ter que escrever.
Quero escrever o que estou pensando, mas no momento não estou pensando exatamente em nada, nada exato.
Mas estou pensando em muitas coisas.