18 julho, 2012

Ela atravessa a saída do metrô debaixo da chuva fina e constante, caminhando até o ponto de ônibus. Rotina, rotina, rotina. E são tantas vozes, e tantas pessoas, e tanto barulho. Embarca no ônibus, num lugar mais ao fundo, apoiando a cabeça no vidro.

Eu sinto falta do silêncio que conforta 
Pois aqui dentro tudo é tormenta 
Tudo está quebrado 
Se arrasta o desalento 

O ônibus dá a partida. Os fones de ouvido não estão funcionando, então não dá para ignorar o que grita por dentro. Tantas coisas, tantas perguntas, tantas. Tantas. E o dia passa. Termina.

E quando a noite cai 
As horas se arrastam sem pressa 
Passando por mim 
Me deixando para trás 
O que restou do que poderia ser 

A cama. A janela. São janelas diferentes, são paisagens diferentes. Mas a lua é sempre a mesma. O céu é o mesmo sempre. Assim como a insônia. Assim como a parede de hera. E o reflexo na janela. 

Algumas coisas parecem destruídas 
Vejo apenas um invólucro vazio 
Esperando outro amanhecer 
Em meio a tantos murmúrios 
Presa em tantos "por quês" 

Dia após dia.
A tanto tempo.
Há tanto tempo.

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